Lembra se puder se não der esqueça

Lembra se puder se não der esqueça

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Carta Ao Tom

Natal - RN
Foto: Elaine da Costa 


Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando prá Elizete
as canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz, ai que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
este Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
e além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
é preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor

Rua Nascimento Silva, cento e sete
Eu saio correndo do pivete
Tentando alcançar o elevador
Minha janela não passa de um quadrado
A gente só vê Sérgio Dourado
Onde antes se via o Redentor
É meu amigo só resta uma certeza
É preciso acabar com a natureza
É melhor lotear o nosso amor
Carta ao Tom

Vinicius de Moraes

Timoneiro

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou         
Com seu jeito de avisar:
- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar

A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que ele faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz
Timoneiro
Paulinho da Viola

Foto: Elaine da Costa
Natal - RN

sábado, 30 de janeiro de 2010

A ponte e o trem

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Primeiros Erros

Meu caminho é cada manhã

Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
Eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas, só chove e chove
Chove e chove
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
O meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas, só chove e chove
Chove e chove

Capital Inicial

À Primeira Vista


Quando não tinha nada eu quis

Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei
Quando chegou carta abri
Quando ouvi Prince dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei
Quando me chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei
Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei
Quando chegou carta abri
Quando ouvi Salif Keita dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei
Quando me chamou eu vim
Quando dei por mim tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei


Música: Daniela Mercury
Foto: Elaine da Costa
Natal - RN

Amor Igual Ao Teu

Amor igual ao teu

Eu nunca mais terei

Amor que eu nunca vi igual

Que eu nunca mais verei

Amor que não se pede

Amor que não se mede

Que não se repete (2x)

Amor igual ao teu

Eu nunca mais terei

Amor que eu nunca vi igual

Que eu nunca mais verei

Amor que não se pede

Amor que não se mede

Que não se repete

Amor...

Você vai chegar em casa

Eu quero abrir a porta

Aonde você mora?

Aonde você foi morar

Aonde foi.....

Não quero estar de fora

Aonde está você?

Eu tive que ir embora

Mesmo querendo ficar

Agora eu sei

Eu sei que eu fui embora

Agora eu quero você de volta pra mim

Amor igual ao teu

Eu nunca mais terei

Amor que eu nunca vi igual

Que eu nunca mais verei

Amor que não se pede

Amor que não se mede

Que não se repete(2x)

Amor igual ao teu

Eu nunca mais terei

Amor que eu nunca vi igual

Que eu nunca mais verei

Amor que não se pede

Amor que não se mede

Que não se repete

Você vai chegar em casa

Eu quero abrir a porta

Aonde você mora

Aonde você foi morar

Aonde foi.....

Não quero estar de fora

Aonde está você?

Eu tive que ir embora

Mesmo querendo ficar

Agora eu sei

Eu sei que eu fui embora

Agora eu quero você de volta pra mim

Amor igual ao teu

Eu nunca mais terei

Amor que eu nunca vi igual

Que eu nunca mais verei

Cidade Negra

A Partida...

É triste a partida tanto para quem fica como para quem vai.
O relógio vira inimigo por que as horas passam tão rápido que nem um voo de um colibri na janela.
Os corações ficam ansiosos, os olhares tristonhos como um dia chuvoso, as conversas são conselhos que dizem; mande notícias, se cuida, rezarei por você e ficarei com saudades.
A chegada da hora marcada está por vir como imensas ondas arrastando tudo e todos deixando apenas o espaço para as silenciosas lágrimas.
Os olhares vão se perdendo na distância, as ruas, a cidade ficam pequenas e longes sobrando apenas pingos de luzes numa noite escura e turbulenta.
O pensamento pede calma e diz que essa dor logo passará.

Texto e Foto: Elaine da Costa
Araruna - PB

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Canção do Exílio

foto Elaine da Costa Natal - RN

Canção do Exílio


"Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu’inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá."

Gonçalves Dias

Meus Oito anos

Forte dos Reis Magos - Natal RN
Foto - Elaine da Costa


Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias

Do despontar da existência!

- Respira a alma inocência

Como perfumes a flor;

O mar - é lago sereno,

O céu - um manto azulado,

O mundo - um sonho dourado,

A vida - um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,

Que noites de melodia

Naquela doce alegria,

Naquele ingênuo folgar!

O céu bordado d'estrelas,

A terra de aromas cheia

As ondas beijando a areia

E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!

Oh! meu céu de primavera!

Que doce a vida não era

Nessa risonha manhã!

Em vez das mágoas de agora,

Eu tinha nessas delícias

De minha mãe as carícias

E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,

Eu ia bem satisfeito,

Da camisa aberta o peito,

- Pés descalços, braços nus -

Correndo pelas campinas

A roda das cachoeiras,

Atrás das asas ligeiras

Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava às Ave-Marias,

Achava o céu sempre lindo.

Adormecia sorrindo

E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

- Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

A sombra das bananeiras

Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

Estrada Nova

Natal - RN
Foto - Elaine da Costa
Eu conheço o medo de ir embora

Não saber o que fazer com a mão

Gritar pro mundo e saber

Que o mundo não presta atenção

Eu conheço o medo de ir embora

Embora não pareça, a dor vai passar

Lembra se puder

Se não der, esqueça

De algum jeito vai passar

O sol já nasceu na estrada nova

E mesmo que eu impeça, ele vai brilhar

Lembra se puder

Se não der esqueça

De algum jeito vai passar

Eu conheço o medo de ir embora

O futuro agarra a sua mão

Será que é o trem que passou

Ou passou quem fica na estação?

Eu conheço o medo de ir embora

E nada que interessa se pode guardar

Lembra se puder

Se não der esqueça

De algum jeito vai passar

Oswaldo Montenegro

Quando volto lá...

Quando volto ao meu paraíso a minha vida se transfoma. O mundo fica mais colorido, o céu mostra as estrelas de dia, o vento é uma leve brisa a tocar em meu rosto, as árvores ficam mais verdes e as flores são mais belas e o mar é o meu convidado. O meu sorriso é sorridente, minha pele mais sensível, meus cabelos ao vento e o coração palpita de felicidade.  

Texto e Foto: Elaine VFC
Natal - RN